Psicanálise, Pesquisa e Universidade: labor da especificidade e do rigor

  • Mônica Medeiros Kother Macedo Psicóloga. Psicanalista. Doutora em Psicologia. Professora Titular da Graduação e da Pós-Graduação na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Carolina Neumann de Barros Falcão Dockhorn PUCRS

Resumen

O artigo explora o cenário histórico e científico do surgimento da Psicanálise visando à compreensão de impasses cujas ressonâncias persistem até a contemporaneidade. Aborda-se o percorrido de Freud no universo científico da época e as tentativas iniciais de firmar a Psicanálise como um modelo de ciência. Explora-se a ruptura epistemológica provocada pela criação freudiana e sua inserção em espaços não clínicos. Assim, reflete-se sobre os desafios e as possibilidades presentes na relação entre Psicanálise e Pesquisa no âmbito da Universidade. Para tal, são abordadas as possibilidades efetivas da pesquisa psicanalítica, as diferentes formas nas quais ela pode ocorrer e o essencial cuidado que deve ser dedicado ao rigor e à especificidade que lhe são pertinentes. Considera-se ser a escolha por uma estratégia de investigação o que, ao alinhar-se à essência criativa da Psicanálise, permite a "des-coberta" e a articulação das evidências nesta modalidade singular de pesquisa.

Biografía del autor/a

Mônica Medeiros Kother Macedo, Psicóloga. Psicanalista. Doutora em Psicologia. Professora Titular da Graduação e da Pós-Graduação na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Carolina Neumann de Barros Falcão Dockhorn, PUCRS

Psicóloga. Psicanalista. Doutora em Psicologia. Professora da Graduação na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Membro da Sigmund Freud Associação Psicanálitica.

Citas

Referências

Barbelli, I. C. (2008). O estatuto epistemológico da Psicanálise freudiana: Energética e herenêutica. Dissertatio, 27(28), 197-230.

Birman, J. (1994). Psicanálise, ciência e cultura. Pensamento freudiano. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Birman, J. (2012). O sujeito na contemporaneidade: espaço, dor e desalento na atualidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Bleichmar, S. (2005). La subjetividad en riesgo. Buenos Aires: Topía.

Chalmers, A. F. (1993). O que é Ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense.

Coutinho, D., Mattos, A. S., Monteiro, C. F. A., Virgens, P. A., & Almeida Filho, N. (2013). Ensino da psicanálise na universidade brasileira: retorno à proposta freudiana. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 65(1), 103-120. Disponível em http://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/783/767. Acesso em 17 de setembro de 2013.

Coutinho, D., & Santos, E. M. S. (2010). Epistemologias não-cartesiana na interface artes-Humanidades. RI UFBA, 13(14), 65-73. Disponível em http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/2036. Acesso em 02 de setembro de 2013.

Dockhorn, C., & Macedo, M. (2008). A complexidade dos tempos atuais: reflexões psicanalíticas. Revista Argumento Psicologia, 54(26), 217-224.

Figueiredo, L.C. (2001). Psicanálise e Universidade: perspectivas. Psicologia USP, 12(1), 147-159.

Figueiredo, L. C., & Minerbo, M. (2006). Pesquisa em psicanálise: algumas ideias e um exemplo. Jornal de Psicanálise, 39(70), 257-278.

Freud, S. (2006). Carta 69. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 1, pp. 309 - 311). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1897)

Freud, S. (2006). Sobre a psicopatologia da vida cotidiana. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 6, pp. 13- 291). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1901)

Freud, S. (2006). Totem e tabu. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 13, pp. 13 – 162). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1913)

Freud, S. (2006). Sobre o narcisismo: uma introdução. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 14, pp. 77 - 108). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1914)

Freud, S. (2006). Os instintos e suas vicissitudes. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 14, pp. 117 - 144). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1915)

Freud, S. (2006). Psicanálise. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 20, pp. 253 - 259). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1926)

Freud, S. (1996). Inibição, Sintoma e Ansiedade. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 20, pp.81 -171). Rio de Janeiro: Imago. (Obra originalmente publicada em 1926)

Freud, S. (2006). Mal estar na civilização. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 21, pp. 73 - 148). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1930)

Freud, S. (2006). A Questão de uma Weltanschauung. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 22, pp. 155 - 177). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1933)

Garcia-Roza, L. A. (1995). Orelha. In. D. Kupermann & D. Rollembreg (Orgs.), Universos da psicanálise: desafios atuais da pesquisa psicanalítica (orelha). Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

Hornstein, L. (2008). As depressões: afetos e humores do viver. São Paulo: Via Lettera.

Hornstein, L. (2013). Las encrucijadas actuales del psicoanálisis: Subjetividad y vida cotidiana. Buenos Aires: Fondo de Cultura Econômica.

Jardim, L. L., & Hernández, M. C. R. (2010). Investigación psicoanalítica en la universidad. Estudos de Psicologia, 27(4), 529-536. doi: 10.1590/S0103-166X2010000400010

Kupfer, M.C. O Sujeito na Psicanálise e na Educação: Bases para a educação terapêutica. Educação e Realidade, 35(1), 265-281.

Lo Bianco, A. C. (2003) Sobre as bases dos procedimentos investigativos em psicanálise. Revista PSICO USF, 8(2), 115-123.

Loureiro, I. R. B. (2002). Sobre algumas disposições metodológicas de inspiração freudiana. In: Q. E. Freire & S. A. R. Rodrigues (Orgs.), Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (143-156). São Paulo: Escuta.

Minerbo, M. (2000). Estratégias de investigação em psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Oliveira, N. R., & Tafuri, M. I. (2012). O método psicanalítico de pesquisa e a clínica: reflexões no contexto da Universidade. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 15(4), 838-850.

Prudente, R. C. A. C., & Ribeiro, M. A. C. (2005). Psicanálise e ciência. Psicologia: Ciência e Profissão. 25(1), 58-69. doi: 10.1590/S1414-98932005000100006

Rosa, M. D. & Domingues, E. (2010). O método na pesquisa psicanalítica de fenômenos sociais e políticos: a utilização da entrevista e da observação. Psicologia & Sociedade. 22(1), 180-188. doi: 10.1590/S0102-71822010000100021.

Publicado
2015-12-18
Cómo citar
Macedo, M. M. K., & Dockhorn, C. N. de B. F. (2015). Psicanálise, Pesquisa e Universidade: labor da especificidade e do rigor. Perspectivas En Psicología, 12(2), 82-90. Recuperado a partir de http://200.0.183.216/revista/index.php/pep/article/view/10
Sección
Artículos